terça-feira, 7 de setembro de 2010




Encorajado por Anjos
Ivan Moiseyev 
18 anos 
Rússia / 1970

            Apesar dele nunca ter estado lá antes, o soldado Ivan “Vanya” Moiseyev sabia o que o esperava na sala do major. Os comunistas estavam incessantemente chamando-o para o quartel a fim de conversas persuasivas, tentando re-educá-lo, e até fazê-lo desistir de sua fé em Deus.     Era hora do almoço, o sol estava brilhando no céu azul e a neve estava resplandecente. Enquanto Moiseyev caminhava ao longo da estrada, ele louvava a Deus por aquele tempo a sós, tempo  para cantar e orar. A manhã estava tão clara, a princípio  Moiseyev não percebeu, mas, de repente, seus olhos viram algo. Uma estrela brilhante começou a cair do céu, como um cometa, ela estava mais perto e se tornava cada vez maior. Ele olhou surpreso e viu um anjo sobre ele, iluminado e poderoso. O coração de Moiseyev estava cheio de alegria e medo. O anjo não desceu até a terra, mas pairou cerca de 200 jardas do chão. Ele caminhou no ar sobre Moiseyev como se caminhasse ao longo da mesma estrada. Então o anjo disse:
- “ Ivan, vá, não temas, estou contigo!” Ivan não podia falar, mas sua alegria era como um fogo aceso dentro dele. De algum modo ele chegou à sala do major Gidenko e bateu suavemente à porta.
            Major Gidenko, chefe do comitê político, levantou seu olhar à entrada do jovem soldado. Ivan Moiseyev já tinha sido interrogado muitas vezes por muitos outros e nunca tinha desistido de sua fé. Gidenko estava certo de que ele poderia resolver o problema.
- “ Moiseyev, você não parece um simples aluno para mim !  Por que você não está aprendendo a dizer as respostas corretas ?”  Perguntou ele.
- “ Às vezes há diferença entre resposta corretas e verdadeiras!” , Ivan respondeu. “ às vezes Deus não me permite dar as respostas `corretas`” 
-          “ Então Deus fala com você? Quem é este Deus? Ao cair em si por sua pergunta, Gidenko arrependeu-se, Ivan aproximou-se da sua cadeira, seu rosto se encheu de alegria pela chance de poder compartilhar sua fé.
-          “ Senhor, Ele é aquele que criou o universo, Ele ama profundamente o homem , enviou seu filho...
            Gidenko interrompeu.
-          “ sim, sim, eu sei o ensinamento cristão. Mas o que tem esse Deus haver com ser um soldado? Você discorda do ensinamento do exército vermelho? “
-          “Não Senhor”.
-          “ mas você não aceita os princípios do ateísmo científico, no qual se baseia nosso inteiro estado soviético e o poder militar do exército?”
-          “ Eu não posso aceitar o que sei é mentira. O resto eu posso aceitar com alegria!” -“Moiseyev, ninguém pode provar a existência de Deus. Até padres e pastores concordam com isto.” 
-          “Senhor, eles podem dizer que não são capazes de provar Deus, mas não há dúvida que sabem que ele existe. Ele está comigo aqui e agora, nesta sala. Antes de chegar aqui, Ele enviou um anjo para me encorajar.”
            Gidenko fitou Ivan, então falou:
-          “ Eu sinto muito, Moiseyev, que você não esteja sendo razoável. Sua persistência não fará nada por você, a não ser trazer lhe desconforto. Entretanto, ao longo dos anos eu descobrir que homens como você freqüentemente voltam ao senso normal com um pouco de disciplina. Eu estou ordenando que você fique na rua esta noite, após o toque de recolher. Você ficará lá até que deseje reconsiderar esta `bobagem` sobre Deus e anjos. Já que a temperatura provavelmente será 30º graus abaixo de zero, para seu bem, eu espero que você concorde logo a se comportar sensatamente. Amanhã nós faremos um plano juntos para sua re - educação política. Dispensado”.
            Gidenko esperou Moiseyev hesitar e reconsiderar, mas ao invés disso, ele enquadrou em posição de sentido e dirigiu-se rapidamente à porta.
-          “ Soldado Moiseyev! “ exclamou Gidenko. Quando o soldado voltou-se para olhar, Gidenko percebeu que ele estava um pouco pálido. Então ele havia entendido a ordem!.
-          “ Você obedecerá minhas ordens usando seu uniforme de verão. Isto é tudo.”
            Aquela noite, quando a corneta soou, Ivan desceu as escadas do alojamento e foi para a rua coberta de neve. Ele encolheu os braços e ombros com a rajada de vento gelado que queimava suas orelhas e enchia seus olhos de água. Seu fino uniforme de verão não o ajudava no amargo frio. Ele olhou o seu relógio, era 10:01 h . Nesta noite, ele teria um longo tempo para orar !  mas, pela primeira vez, desde que entrou para o exército soviético, Ivan sentiu que as orações não viriam tão fácil. Ele estava preocupado, poderia ele ficar lá toda noite? E se ele congelasse até a morte? E se ele ficasse com tanto frio que voltasse atrás ?.
            Os `se` invadiram sua mente, deixando-o tonto, ele sabia que teria de pensar em algo, então ele lembrou do anjo que o visitou pela manhã. O anjo tinha dito: “não temas, estou contigo” de repente ele percebeu que as palavras do anjo seriam para aquela noite! Apesar de não poder mais vê-lo, ele começou a orar fervorosamente. Era 12:30h quando ele foi distraído de suas orações, por estalos na neve. Enrolados em seus casacos, chapéus e botas, três oficiais estavam vindo em sua direção vagarosamente.
-          “ Soldado Moiseyev, você já mudou de idéia? Está pronto para vir e se aquecer?” 
-          “ não oficiais, por mais que eu queira ir e ficar na cama, eu não posso. Eu nunca concordarei em ficar em silêncio quanto a Deus! ”
            Mesmo com pouca luz, Moiseyev pode ver que os oficiais estavam surpresos e confusos, de como ele poderia permanecer ali naquele frio?.
-          “ Você planeja ficar aqui toda noite?” 
-          “ Eu não sei como explicar, mas sei que Deus está me ajudando.”  Ivan olhou para suas mãos, elas estavam frias, mas não tão frias. Ele poderia mover os dedos dos pés facilmente. Era um milagre!. Ele olhou seus oficiais e podia ver que dentro de seus casacos eles tremiam de frio. Eles estavam batendo os pés e esfregando as mãos impacientes para retornarem aos seus alojamentos.
-          “ você  mudará de idéia uma outra hora “ murmurou um oficial enquanto preparava-se para volta ao alojamento. Ivan continuou a orar por todos os crentes que ele conhecia. Ele cantou a música `Christmas carols`, ele orou por cada oficial que ele conhecia e sabia. Ele clamou a Deus em nome dos homens de seu alojamento. Mas gradualmente sua mente parecia está flutuando em algum lugar fora de sua cabeça, deixando-o inconsciente, mas quando voltava a orar, recobrava seus sentidos. Ivan estava cochilando em pé quando, às 03:00 h , o oficial de plantão o acordou e o deixou voltar ao alojamento. Pelas próximas 12 noites, Ivan continuou a ficar na rua, fora de seu alojamento, miraculosamente, ele não congelou, nem implorou por misericórdia. Ivan continuou a falar de sua fé para os seus companheiros e oficiais. Ele cantou sobre a glória de Jesus Cristo, em seu alojamento, apesar disto ser estritamente proibido. Para aqueles que o ameaçavam, ele dizia:
-          “ Uma ave ameaçada de morte por cantar, continuaria a cantar. Ela não pode renunciar sua natureza, nem nós, os cristãos.” Soldados a sua volta se converteram, impressionados por sua ardente fé.
            Seus comandantes continuaram a interrogá-lo, tentando fazê-lo negar a Jesus. Eles o colocaram em celas refrigeradas. Eles o vestiam em uma roupa de borracha especial, que bombeava ar até seu peito, era tão comprimido que ele mal podia respirar. Na idade de 20 anos, Ivan sabia que os comunistas o matariam. Em 11 de Julho de 1972, Ele escreveu para seus pais, “ Vocês não me verão mais.” Então ele descreveu a visão  de anjos e do céu, que Deus tinha enviado para encorajá-lo em seu último julgamento.
            Poucos dias depois, seu corpo foi devolvido a sua família. Seu corpo mostrava que ele tinha sido esfaqueado 6 vezes na área do coração. Ele tinha feridas na sua cabeça e em volta da boca. Haviam sinais de espancamento em todo corpo. Ele também tinha sido afogado.
            Coronel Malsin, seu comandante disse:
-          “ Moiseyev morreu com dificuldade, ele lutou contra a morte, mas ele morreu como um cristão” . O pai deste herói cristão escreveu-nos:
-          “ pode ser que esta viva flor que deu fragrância de sua juventude na cruz, devesse ser o exemplo para todos os jovens fervorosos, podem eles amar a Cristo como nosso filho o amou? “

Carta de `Vanya` a seus pais, escrita em 15 de Junho de 1972...
“ Meus queridos pais, o Senhor mostrou-me o caminho... e eu decidir segui-lo... eu terei agora batalhas mais severas e maiores do que eu jamais tive. Mas eu não as temo. Ele vai na minha frente. Não chorem por mim, meus queridos pais, isto tudo é porque eu amo a Jesus mais do que a mim mesmo. Eu o ouço, apesar de meu corpo temer algo, ou não desejar enfrentar tudo isso. Eu faço isso porque não valorizo minha vida tanto quanto valorizo a dEle. Eu não satisfarei o meu desejo, mas seguirei como o Senhor diz. Ele diz: Vá e Eu irei contigo!.”      

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